27 de jan. de 2014

Ação de Natal Brincando ...com Lola - relatos

... todo mundo transbordava amor. Foi assim que aconteceu, ainda em 2013, a ação do Brincando com Lola que tivemos algumas participações especiais.
Nós convocamos alguns clientes que quisessem participar da ação de natal como pudessem: doando material escolar e de higiene, doando dinheiro para nós comprarmos esse material ou participando ativamente da ação lá conosco.
Tiago, Zilah, Emika, Marise, Talita, Tânia, Cris, Alma e Rachel


Fizemos um encontro aqui no ateliê, alguns dias antes com as meninas que foram no abrigo. Falamos do projeto em si, um pouco sobre arteterapia, qual a importância da ação com as crianças e  o papel de todos nós na vida delas. Além disso, as meninas ainda puderam preencher algumas Lolas e Dôdus - o que deixou todas muito felizes: elas ficavam prestando atenção na estampa do verso para saber qual criança receberia a que ela preencheu.


Preenchendo Lolas
Quase que como "presente do Papai Noel", recebemos muita ajuda.  Muita gente se mobilizou para fazer parte como podia. Uma sacolinha com alguns sabonetes, outra com borrachas, mais uma com pastas de dente. Uma cliente muito querida reuniu a família e doaram todas as toalhas de banho, de rosto e também kits de higiene pessoal. Outra cliente foi com as amigas comprar material escolar. As amigas da minha mãe ajudaram no lanche. Um amigo de longe também mandou dinheiro. E todo esse movimento solidário foi lindo.

Uma panela de cachorro-quente, refrigerante, chocolate, sacolas de presentes, um carro cheio e lá fomos nós. Como imprevistos sempre acontecem, dessa vez não foi diferente. Mas esse imprevisto foi maravilhoso: fizemos a ação na frente da casa, embaixo da sombra da árvore.

Talita, Rachel, Zilah, Tiago, Alma, Cris e Marise
. Ah sim, eu e Emika também.
Foi um dia intenso, tanto para as crianças (que nem tão crianças assim, tinham muitos adolescentes também) quanto para nós, que no fim das contas, recebemos tanto quanto doamos. Aprendemos mais de nós mesmos, aprendemos mais da vida.



Abaixo, o relato de algumas das meninas que foram conosco e quiseram compartilhar essa experiência.
Zilah Rodrigues
Participar de uma ação do Brincando com Lola foi a realização de um desejo antigo, de efetivamente fazer parte de um trabalho o qual admiro e apoio desde que conheci.
Devido ao fato de morar em outro estado, essa participação acabou acontecendo um pouco depois do esperado, mas na hora certa. A manhã que passamos na Casa de Acolhimento Ayrton Senna foi muito marcante e fez abrir os olhos para muitas questões e relembrar vivências da adolescência.
Tudo isso deixou uma vontade maior ainda de colaborar com o projeto e de tentar, sempre que possível, somar coisas boas à vida de alguém.

Rachel Lopes
Me senti muito comovida durante todo o dia do evento Brincando com Lola. É lindo ver que um simples gesto de levar amor pode gerar frutos tão positivos. Acompanhar toda preparação, todo carinho e dedicação dos envolvidos me fez sentir muito bem. Tudo começou com a organização das bonecas, participamos de tudo ativamente, desde encher as Lolas com plumantes siliconados até entregar cachorro quente, brinquedos e amor.
Aprendi a ver a vida com olhos mais sensíveis. Tive uma infância tranquila e feliz e nunca tinha experimentado o contato com meninos e meninas que perderam a infância muito cedo. Encontrei uma dificuldade que me fez valorizar ainda mais o que tenho e ter a noção de que posso fazer muito mais por quem precisa. Como esses meninos e meninas são fortes, conseguem superar os problemas e sorrir para a vida – isso foi um recado lindo da vida, que guardo em meu coração, uma verdadeira lição de aprendizado.
Só me resta agradecer por me deixarem fazer parte de um dia tão bonito, tão especial e alegre.
Muito obrigada.

Talita Chaves
Este ano fui convidada para participar da ação de Natal promovida pelo ...com Lola, em uma casa de acolhimento do Rio de Janeiro – atual nome dado aos antigos orfanatos. Fiquei muito feliz com o convite porque sempre tive vontade de ajudar e contribuir para uma sociedade mais justa e igualitária. Fui de coração aberto, com a certeza de que essa seria uma experiência única e emocionalmente forte. 
Chegando lá, encontramos crianças tristes, outras felizes – apesar de já terem passado por situações difíceis na vida – e adolescentes grávidas. Uma delas, em especial, estava com receio de participar e não queria ser fotografada. Mas desconfiar é natural, afinal de contas, aqueles jovens provavelmente não devem estar acostumados a receber atenção e carinho.
A ação começou com uma história sobre a boneca Lola e o gato Dôdu, que saem a procura das cores que haviam desaparecido do mundo. De início, pensei que aquelas crianças, já tão sofridas apesar da pouca idade, não fossem se interessar por algo tão lúdico. Mas eu me enganei: elas não só ficaram encantadas com a história, como participaram ativamente, identificando as cores que os personagens encontravam pelo caminho.
Em seguida, distribuímos Lolas e Dôdus para que as crianças pudessem colorir, da forma como achassem melhor. Nesse momento, até as adolescentes grávidas quiseram participar – o que me surpreendeu positivamente, mais uma vez! E foi através dessa atividade que, tanto as crianças quanto as adolescentes conseguiram expor as suas dores, angústias, medos e receios – mesmo que inconscientemente. Tivemos um gato pintado com os olhos roxos e uma arma desenhada no peito, por exemplo, que depois foi deixado no meio do mato. Uma forma de aliviar a dor e jogar fora uma realidade tão dura para uma criança...
Ao final da ação, distribuímos cachorro-quente, bolo, biscoitos e entregamos kits escolares e de higiene para as crianças. Como foi bom ver a felicidade delas ao receber os alimentos e as nossas doações. Felicidade não só por comer um pedaço de bolo em si, mas por receber atenção, carinho e alguns abraços apertados – que tanto fazem falta naquela casa, que ainda mantém a estrutura arquitetônica da antiga Febem, que um dia já funcionou ali.
Depois de muito acolhimento até mesmo aquela grávida, que de início estava extremamente reservada, decidiu, por conta própria, tirar uma foto conosco e nos agradeceu por estarmos ali. A atitude dela me emocionou bastante, porque tive a certeza de que conseguimos tocar o coração daquela futura mãe, tão jovem.
Foi muito gratificante poder contribuir, de alguma forma, para aliviar a dor e a realidade daquelas crianças e jovens abandonados pela família. Depois de estar com elas, durante uma manhã apenas, me dei conta de que os problemas que eu achava que tinha, se dissiparam. Ficou claro para mim como muitas vezes nos preocupamos com coisas pequenas e sem importância.
Depois daquele dia, comecei a pensar no futuro daqueles jovens e em como eu poderia ajudar outras crianças e adolescentes na mesma situação. Sem dúvida, foi um dia marcante na minha vida. E tenho certeza de que foi um dia muito importante na vida deles também. Por meio dessa ação, eu percebi que carinho, atenção e arte fazem toda a diferença não só na vida daquelas crianças, mas na nossa também.

* Brincando ...com Lola: para cada venda, uma boneca é doada. Já curtiu a fanpage do Brincando ...com Lola?

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