31 de ago. de 2017

oito anos

oito: o equilíbrio cósmico, a prosperidade, a completude, o sagrado. O número da criatividade. O espaço entre o céu e a Terra. A justiça, a renovação, a libertação; os oito caminhos de Buda. O despertar da consciência. Um novo começo em um plano mais elevado.

Eu, tânia piloto e emika takaki no painel do nosso jardim  



Quando, em 2009, eu conheci Emika, nunca imaginei estar onde estamos hoje. Fisicamente e Abstratamente.
Fisicamente, estamos em São Paulo, terra onde passei minha juventude - e que, confesso: até dado momento da minha vida não imaginava que habitaria * nunca mais* essas terras do lado de cá. Abstratamente, penso até em coisas literais: são mais de três mil Lolas doadas, isso significa que, no mínimo, impactamos mais de seis mil vidas - fora aquelas que não temos como contar. Além disso, nunca imaginei que eu, que sempre vivi em busca do meu próprio porto seguro, construiria com minhas mãos (mais as de Emika), um porto seguro físico, real | imaginário | afetivo | imenso - para tantas pessoas.
  
Empreender pra gente, nunca foi palavra do cotidiano. Penso que é palavra bonita, palavra que enfeita as dores de um dia a dia de luta, de muita criatividade. Empreender é palavra que nunca chega na realidade, de fato, de ser uma empresa, de criar um negócio do zero, de construir uma história a partir da sua trajetória pessoal. 
 
Aqui no ateliê, a gente existe. 
A gente resiste. A gente escreve. A gente constrói. A gente pensa, sente, transforma, transborda e compartilha. 

Em Agosto de 2009 criamos o ateliê ...com Lola. 
Em Agosto de 2017 celebramos oito anos de existência e resistência. 

Resistência que vem do ato de Resistir. Sim, resistir. Não, não é fácil. 
Nosso trabalho no ateliê  gira em torno do abstrato; do afeto, daquilo que não se pode medir, daquilo que nem sempre entendemos como fundamental, mesmo sendo algo necessário para nossa sobrevivência emocional. 
Nossa empresa luta pelos direitos humanos, pelos direitos de ser humano, falamos daquilo que nem sempre queremos ouvir, construimos algo sem referências anteriores - e hoje sabemos bem:  tendemos a gostar daquilo que nós temos como referência com base nas nossas experiências. 

E aí, de repente, descobrimos que a Lola fez um homem que se despediu da sua irmã mais nova brutalmente, voltar a sorrir. A gente fica sabendo que a Lola se torna espaço sagrado para quem precisa de colo; a gente sabe que a caneca da Lola é hoje a caneca da sorte de algumas pessoas - e que sem tomar na sua caneca o dia não vai ser tão bom. A gente conhece gente que acompanha a gente desde 2009 e que hoje, através da Lola, consegue se ver melhor. A gente fica sabendo que em grupo de whatsapp de uma empresa, tem sempre a 'Lola do dia' - ou seja, alguém dá print em uma das nossas fotos do instagram e compartilha no grupo.  A Lola fez uma pessoa aceitar a ideia de adoção; a Lola serenou o coração de uma mãe que perdeu seu filho; a Lola é objeto que está na mesa de cabeceira de gente que não consegue dormir - ela é a proteção. 
A Lola transformou a vida de algumas pessoas - e as nossas também.

E por tudo isso que cabe dentro de um abraço, é que foi necessário celebrar. 
E por tudo isso que é 'sobre o infinito'. Por que é algo que não tem fim. É grande. É lindo. É forte. 

É o todo. O motivo - real - do existir. 


entrada do ateliê


todas as Lolas já feitas até hoje



 

 






Um comentário:

  1. Me emocionei aqui. Lindo post! Verdadeiro, escrito com o amor genuíno, consegui sentir. Vocês são incríveis. A Lola é incrível. A casinha rosa é incrível. Minha admiração e respeito por todo este universo da ...com Lola cresce a cada dia. Feliz por ter vocês por perto, mesmo quando fisicamente estamos longe. Feliz por estar junto, sempre que possível, para trocas, sorrisos e abraços. Feliz pela inspiração que vocês provocam em mim. Que venham tantos outros 8 anos de vidas transformadas, a começar pela minha! Beijos no coração de vocês. <3

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